Desde muito
cedo presenciei comportamentos esmerados ao contentamento alheio. Lanche para
merendar o que não era habitual em casa no primário, escola para interpretarem
a garantia da melhor educação sem haver respeito e educação em casa, vida sem
qualidade de vida, casa arrumada com os armários entupidos de bagunça e uma
bagunça de vida na conveniência de um casamento dentre tantos outros exemplos
que podemos ver cotidianamente.Mas o que me chama muita atenção neste modo de
vida é a falta da percepção de que somente a vida pessoal em sua totalidade
garante felicidade e uma vida dinâmica traz benefícios que acabam expandindo ao
entorno daqueles que dela desfrutam diminuindo o grau de perplexidades,
desigualdades, dúvidas, desequilíbrios emocionais...
Lendo uma
reportagem Janes Walles diz: “ A indústria farmacêutica não se interessa em
produzir para quem não tem poder de consumo” e fazendo uma relação com o que
venho escrevendo lhe indago perguntando quem lucra com o que você mostra ser? Não podemos enganar e
principalmente nos enganar com aquilo que não somos pois o que deixamos parecer
e o que dizem sobre aquilo acaba reforçando o ego e superego da conduta
inadequada de algo que poderíamos mudar e melhorar.
Infelizmente
a analogia do parecer inunda nossa cultura onde a Copa e a Olimpíada de
2016traz mais de setenta projetos imobiliários para a zona portuária aprovados
pela prefeitura ou à espera do aval do poder público. Vamos mascarar, sim
porque mudar requer tempo que não se tem, os terrenos baldios, os galpões
inativos, prédios decrépitos, a fila de até 5h para a subida ao Cristo
Redentor, ou a de 3h para o Pão de Açúcar, a falta da venda antecipada pela
internet, motoristas de ônibus que não respeitam os limites de velocidade, a
superlotação e lentidão no metrô, taxistas que esticam os percursos e cobram
acima da tarifa prefixada, os centros de informação com atendentes mal
humorados, desinformados e monoglotas, a insatisfação dos cariocas em ver a preocupação com os que vem de fora sem
haver condutas satisfatórias com aqueles que já estão dentro. Sim, porque se
melhoria fosse investida no Rio para aqueles que trafegam dia a dia pelas ruas,
ao contrário dos turistas que estão mais amenos, não haveriam tantos projetos por
fazer.